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Do Rejeito à Aceitação: Como Ajudar na Introdução Alimentar no TEA e no Transtorno Evitativo-Restritivo

Atualizado: 10 de mar.

A alimentação é uma das áreas mais desafiadoras para muitas crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno Alimentar Evitativo-Restritivo (TAER). O medo de experimentar novos alimentos, a hipersensibilidade a texturas e sabores e a seletividade extrema são alguns dos desafios enfrentados por pais e cuidadores.

Por que a seletividade alimentar é tão comum no TEA e no TAER?

Tanto no TEA quanto no Transtorno Alimentar Evitativo-Restritivo, a relação com a comida pode ser desafiadora devido a fatores como:

  • Hipersensibilidade sensorial: crianças com TEA muitas vezes apresentam maior sensibilidade a texturas, cheiros e temperaturas, tornando a aceitação de novos alimentos mais difícil.

  • Preferências alimentares fixas: há um padrão de rigidez comportamental, levando a uma forte preferência por certos alimentos, muitas vezes com características repetitivas, como cor, temperatura ou textura específica.

  • Experiências negativas com a alimentação: episódios de engasgo, refluxo ou desconforto gastrointestinal podem levar a associações negativas com certos alimentos, aumentando a recusa alimentar.

  • Ansiedade e medo do novo: a introdução de alimentos desconhecidos pode gerar ansiedade e aversão, tornando o processo desafiador para a criança e para os pais.

Dicas para facilitar a aceitação de novos alimentos

A introdução alimentar para crianças com TEA ou TAER exige paciência e estratégias específicas. Algumas abordagens podem tornar esse momento mais tranquilo e eficaz.

1. Respeite o tempo da criança

A pressa pode gerar mais resistência. Se a criança recusa um alimento, não force. Em vez disso, apresente-o de maneira gradual e sem pressão.

2. Aposte na exposição repetida

Estudos mostram que a exposição repetida a um alimento aumenta a aceitação. Mesmo que a criança recuse no início, continuar oferecendo, sem forçar, pode ajudar na adaptação.

3. Brinque com cores e formatos

A aparência do alimento pode influenciar sua aceitação. Cortar vegetais em formatos divertidos ou montar pratos coloridos pode tornar a experiência mais agradável e convidativa.

4. Introduza variações do alimento preferido

Se a criança gosta de um determinado alimento, tente variações próximas a ele. Por exemplo, se ela só aceita batata frita, experimente batata assada ou purê de batata, introduzindo pequenas mudanças progressivas.

5. Trabalhe a textura e temperatura

Muitas crianças com TEA ou TAER rejeitam alimentos devido à textura. Tente ajustar gradualmente a consistência para tornar o alimento mais aceitável, como oferecer um purê mais grosso antes de introduzir um alimento sólido.

6. Crie um ambiente sem pressões

O ambiente durante as refeições deve ser tranquilo, sem cobranças. Evite distrações como TV ou celulares e incentive a criança a explorar os alimentos sem obrigação de comer.

7. Envolva a criança no preparo dos alimentos

Participar do processo de escolha e preparo pode aumentar a aceitação. Incentive a criança a tocar, cheirar e brincar com os alimentos antes de experimentá-los.

8. Trabalhe a alimentação junto a outros estímulos

A terapia ocupacional e a fonoaudiologia podem ser grandes aliadas na introdução alimentar, ajudando a criança a lidar com dificuldades sensoriais e a desenvolver a mastigação e a deglutição.

9. Celebre pequenas conquistas

Cada novo alimento aceito, mesmo que seja apenas uma mordida, deve ser reconhecido como uma vitória. Pequenos reforços positivos ajudam a motivar a criança a continuar explorando novos sabores.

O papel da família e dos profissionais

O processo de introdução alimentar deve ser conduzido com paciência e sem punições ou pressões. A família tem um papel essencial na criação de um ambiente positivo para as refeições, enquanto profissionais como nutricionistas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias eficazes para cada caso.

Conclusão

A aceitação alimentar em crianças com TEA e TAER pode ser um caminho longo, mas com estratégias adequadas, paciência e respeito ao tempo da criança, é possível avançar. Pequenas mudanças na abordagem alimentar fazem uma grande diferença e ajudam a tornar as refeições um momento mais tranquilo e prazeroso para todos.





 
 
 

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